“Empreender é construir. Este valor sempre esteve no meu ADN”
Empreender é mais do que criar um negócio – é um percurso de aprendizagem, resiliência e visão estratégica. João Oliveira, fundador da rede Link&Grow, partilha a sua trajetória como empreendedor, os desafios que enfrentou e o que aprendeu ao longo de mais de uma década no mundo dos negócios.
Desde cedo, João esteve rodeado por um espírito empreendedor, inspirado pelo pai e pelos irmãos. A sua experiência inclui momentos de sucesso, mas também períodos desafiantes, como a crise de 2009, que o forçou a reinventar-se.
Hoje, à frente da Link&Grow, reflete sobre o que significa empreender, os erros mais comuns dos novos empresários e como um modelo de franchising pode acelerar o crescimento de um negócio.
Conte-nos um pouco sobre a sua história. Era um sonho antigo abraçar um projeto seu e torná-lo uma grande empresa?
Eu venho de uma segunda geração de empreendedorismo na minha família. O meu pai sempre teve como objetivo de vida criar algo seu. Trabalhou durante muitos anos por conta de outrem, até que teve o know-how e a oportunidade de criar um negócio próprio.
Eu e os meus dois irmãos sempre tivemos esta motivação, reconhecemos a garra do nosso pai e quisemos dar sequência ao que ele traçou para a família. O facto de ter sido muito bem bem-sucedido foi, para nós, uma inspiração.
Na nossa casa sempre se falou de empreendedorismo, negócios e estratégia. O meu irmão mais velho começou por trabalhar na empresa da família, até que o meu pai decidiu dar aos filhos a oportunidade de criar outros negócios que os motivassem, apoiando-os financeiramente.
Quando terminei o Ensino Superior, os meus irmãos convidaram-me a integrar o grupo de empresas da família, no qual desempenhei várias funções e aprendi muito. Apesar de eu ter um percurso académico ligado à Gestão, aos números, percebi que aquilo que me motivava era lidar com pessoas. Assim, fui atraído por tudo o que dizia respeito à área comercial e de Marketing.
Com a crise de 2009, o nosso grupo de empresas foi muito abalado e houve a necessidade de reestruturar o sonho familiar e começar do zero. Eu e os meus irmãos, unidos por uma relação muito forte, decidimos que o mais sensato seria cada um encontrar o seu caminho em termos profissionais.
Nessa altura, eu já trabalhava há mais de 10 anos, tinha algum conhecimento e experiência. E, acima de tudo, as dificuldades por que passámos na crise de 2009 ensinaram-nos muito e deram-nos força para lidar com os problemas.
Portanto, o empreendedorismo não é só ter sucesso! Também é arriscar e entender que há quedas, momentos em que nos magoamos, repensamos e voltamos a erguer-nos. Toda esta aprendizagem foi extremamente positiva para mim e para os meus irmãos, que hoje somos bem-sucedidos, cada um no seu ramo de atividade.
Nunca foi uma possibilidade optar por um futuro profissional a trabalhar por conta de outrem?
Não, nunca foi uma possibilidade. Não só porque um negócio próprio me daria maior independência, autonomia e liberdade para tomar decisões, mas também porque o empreendedorismo sempre esteve enraizado em mim, no meu ADN. Aprendi com o meu pai os valores e o prazer de empreender.
Empreender também é construir, é fazer algo pelos outros, é ter a coragem de arriscar… Eu sempre pensei: O que estou aqui a fazer e qual o meu papel? Será que posso construir algo maior do que uma família com filhos e relações de amizade? Poderei criar algo com impacto nas empresas, nas pessoas, nas sociedades? Esse significado de criação de valor vai muito além do retorno financeiro, é algo extremamente importante que me acompanha até aos dias de hoje.
Tenho de admitir que empreender é duro, é difícil, pode originar noites mal dormidas e apertos financeiros. Eu já vivi esta experiência no passado. A Link&Grow tem crescido de forma sustentada, mas a minha família já teve negócios que correram muito mal e faliram. Essas circunstâncias tiram-nos a estabilidade. Mas é evidente que o empreendedorismo também nos permite retirar da vida um propósito maior.
Com que desafios se deparou no início do seu percurso à frente da Link&Grow e que moldaram os anos que se seguiram?
Quando criei a Link&Grow, tive grande dificuldade em discutir os meus problemas e as minhas dores de arranque com outros empreendedores que tivessem empresas similares. Os meus irmãos tinham negócios em setores diferentes do meu e era muito difícil aconselharem-me e ajudaram-me a desbloquear problemas concretos.
Senti muita dificuldade em esclarecer dúvidas junto da minha rede próxima e tive receios muito específicos do meu negócio, de tal forma que fui obrigado a procurar falar com pessoas fora de Portugal. Reuni com agências similares à minha para podermos discutir abertamente os nossos problemas e tentarmos aprender uns com os outros.
Quando se começa um negócio, está tudo por fazer. É muito importante sabermos desenhar o futuro do negócio, criar processos, contratar, chegar às pessoas certas, perceber se os serviços que estamos a desenvolver são os que realmente fazem sentido para o mercado. Tudo isto foi sendo construído.
Tive muita sorte em encontrar pessoas que se juntaram a mim com uma capacidade espetacular de me ajudar a entender o projeto e entregar um serviço com maior qualidade aos clientes. Assim, fomos moldando os nossos serviços, melhorando e otimizando continuamente. Ainda hoje o fazemos.
Se existisse uma rede de franchising de marketing digital à qual se pudesse aliar, com a estrutura que hoje a Link&Grow oferece, teria sido um enorme atalho?
Sem dúvida que sim. Abrir uma agência de marketing digital e ter a possibilidade de saber todo o processo desde o início, conhecer as melhores práticas, encontrar modelos que já foram testados e ter um apoio e suporte constante… Teria sido inacreditável se isso existisse na altura!
Sem isso, o nosso caminho foi muito difícil. Não tínhamos clientes, testemunhos, casos de sucesso ou pessoas com quem falar. Não tínhamos uma marca que nos sustentasse. Foi necessário investir aos poucos e atravessar problemas pelo desconhecimento do negócio e por não termos ninguém que nos pudesse ajudar a acelerar o crescimento.
Hoje a Link&Grow tem 10 anos, mas sei que poderia estar num nível muito superior ao que está hoje se tivesse existido esse apoio.
É por esse motivo que o investimento que nós desenhamos para quem quer empreender nesta área é, no nosso entender, bastante acessível. O nosso know-how e assertividade vão, com certeza, ajudar qualquer pessoa que se queira envolver na área do marketing digital a crescer mais rápido.
O sonho de empreender é transversal a tantas pessoas. Quais os principais erros que aponta aos aspirantes a empreendedores que ficam pelo caminho?
Eu acho que há muita vontade de empreender, mas falta coragem, falta saber como estruturar o negócio, como vender, como gerir financeiramente a empresa, como contratar pessoas e gerir talentos… Em suma, existe muita falta de conhecimento.
Há tantas variáveis para quem quer empreender, mas não há nenhuma escola de empreendedorismo e ninguém nos explica como empreender. Existem escolas de gestão, algumas pelas quais eu passei, mas são demasiado teóricas. Continua a haver dificuldade em desenhar e pensar um negócio, em precificar, em saber vender, em saber promover, em criar um posicionamento e um produto/serviço que efetivamente entregue valor ao mercado.
É evidente que a questão financeira para empreender pode ser um obstáculo, mas neste aspeto o meio digital veio facilitar muito. Negócios que implicam abrir uma loja, comprar uma máquina ou alugar um armazém requerem um investimento muito maior do que empreender um marketing digital, por exemplo.
Há também formas de contornar esta dificuldade financeira. Atualmente, existem diversos fundos de apoio ao investimento, como créditos com juros bonificados para jovens empreendedores, por exemplo.
Eu acredito que ser empreendedor implica muitas vezes avançar no desconhecido, mas ter a perfeita consciência e a confiança no seu próprio valor, na sua capacidade de conhecimento, de pesquisa, que permitam estar constantemente alerta e a querer fazer melhor todos os dias.
No início do percurso como empreendedor, que erros devem ser evitados para criar um negócio com potencial de crescimento?
Quando iniciamos um negócio, nós fazemos tudo. Nós atendemos chamadas, vamos a reuniões, fazemos apresentações, emitimos faturas, olhamos para a tesouraria, recebemos, pagamos, etc.… No fundo, isto dá-nos versatilidade.
Porém, o dia de trabalho de uma pessoa deverá ter, à partida, 8 horas. É evidente que, para um empreendedor, às vezes tem 12 ou 14 horas, porque está a começar e entrega-se de corpo e alma. Mas a única forma de fazermos crescer um negócio é multiplicar estas horas. E isso só é possível com pessoas capazes de nos ajudar a transformar as nossas 8 horas diárias em 16, 24, 48 horas, para servir mais clientes de forma estruturada e capaz.
Portanto, o que eu penso é o seguinte: quando decidimos empreender, nós temos de olhar para o nosso negócio e mentalizar-nos de que vai ter escala. É um negócio que deve crescer e que não deve centrar-se em nós próprios nem pode depender de uma única pessoa. Se assim for, corremos o risco de construir uma empresa sem potencial de crescimento.
Quais as lições mais valiosas que aprendeu ao longo da década à frente da Link&Grow?
Para que uma empresa possa crescer, é extremamente importante a persistência, a vontade de criar alguma coisa, o reconhecimento do trabalho que é apresentado aos clientes e a capacidade de nos rodearmos de pessoas que façam ainda melhor do que nós, que façam a diferença.
Se olhar para a história da Link&Grow, vejo que 90% das pessoas que já fizeram parte da empresa continuam connosco. Ao longo dos anos percebi que, no campo dos recursos humanos, a mudança é um fator que penaliza o crescimento. Por isso, não podemos descurar a valorização das equipas e o seu envolvimento nos projetos.
Entendo também que o empreendedor deve ter uma forte consciência de duas áreas importantes: a área comercial e a área financeira. Em resumo, não pode descurar as pessoas, o controlo e gestão financeira do negócio e a capacidade para atrair novos clientes, para lhe entregar um produto/serviço qualificado.
Por fim, diria que um negócio no setor dos serviços sem profissionais qualificados não vai longe. Portanto, o recrutamento de talentos tem de ser uma das grandes apostas.
Que conselho daria a quem está a considerar criar um negócio próprio, mas tem receio de avançar?
Quando decidimos avançar para um negócio, há sempre receio, nunca há certezas absolutas. Eu acho que a resposta deve estar sempre dentro de cada um de nós.
Seja qual for o franchising, seja qual for o modelo de negócio, se acreditarmos em nós próprios (na nossa capacidade, persistência e força interior), acabamos por dar-nos este voto de confiança.
Evidentemente, existem algumas alavancas, como por exemplo seguir uma estrutura de negócio com provas dadas no mercado, ter referências de clientes satisfeitos, contar com uma equipa de suporte madura e profissional que vai ajudar-nos a evitar erros e ultrapassar obstáculos com maior facilidade e rapidez… Tudo isto nos dá um impulso para abraçar o projeto com que sonhamos.
É isto que fornecemos na rede Link&Grow e é por isso que eu considero que o fator financeiro não deve ser um entrave. O investimento inicial pode ser recuperado com alguma facilidade, desde que exista foco e força de vontade da parte do empreendedor. Nós damos todo o suporte para que isso aconteça. Tenho a convicção de que o sucesso dos nossos parceiros será o nosso sucesso!
Portanto, se tem o sonho de empreender e gostava de criar uma agência de marketing digital, sinta-se à vontade para falar connosco. Conheça a nossa estrutura, conheça o testemunho dos parceiros que já se juntaram a nós. Certamente, ganhará confiança para avançar!
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