F8 Event: as 11 novidades do Facebook que precisa saber
Na última semana de Março o Facebook realizou uma conferência com mais de dois mil e quinhentos developpers presentes. Esta conferência é chamada de “F8” e traz sempre grandes novidades de ferramentas (mais de 25 foram anunciadas), além de discutir o futuro da empresa. “Esta edição do F8 é tudo sobre o futuro do compartilhamento”, frase de Zuckerberg, fundador e CEO da rede social.
O evento anunciou funcionalidades que visam ajudar os developpers a construir, crescer e rentabilizar as suas aplicações (apps). Reuni e resumi neste artigo as principais novidades que precisa saber. Vejamos:
Facebook Messenger como plataforma
O que significa: o Facebook tornou o Messenger uma plataforma “aberta” em que os developpers poderão criar aplicações para funcionarem dentro do serviço de mensagens (mediante aprovação prévia da app antes de poder ser feito o download, claro). Prepare-se para enviar e receber mensagens com muito mais interatividade.
Aliás, isto representa uma grande oportunidade para as marcas. A ESPN já desenvolveu a sua app para o Messenger (provavelmente a convite do Facebook), onde disponibiliza uma biblioteca de GIF’s com cenas de desportos que captou.
Messenger Business
O que significa: é uma nova ferramenta dedicada à comunicação entre empresas e os seus clientes e que promete reinventar a maneira como as pessoas interagem com as empresas.
Como?
Ao concluir uma compra num site, o cliente poderá optar por receber informações a respeito do pedido diretamente através do seu Messenger, como se estivesse à conversa com um amigo.
A loja poderá enviar informações a respeito da compra, inclusive com a trajetória em tempo real da encomenda no mapa e outras informações. Além disso, pode ser integrada com outras ferramentas de chat, como o Zendesk, por exemplo, e enviar as atualizações do pedido via push no smartphone do cliente.
Aparentemente o Facebook quer assumir parte da função que o e-mail já oferece há muitos anos, porém, de uma maneira mais pessoal. Aliás, o Messenger também quer que mande e receba dinheiro de amigos diretamente pela app sem ter que aceder a uma ferramenta externa.
Novo plugin aperfeiçoado para comentários
O que significa: a nova versão promete estimular ainda mais os utilizadores a comentarem as suas publicações no Facebook ou no plugin de comentários do seu site, além de facilitar o controlo de spam. Isso porque pretende unificar os dois (comentários no Facebook e fora dele). Desta forma, ao comentar um post no Facebook ao mesmo tempo que um amigo seu navega no site do mesmo tema, o comentário que fizer no Facebook aparecerá no site. Isso estimulará mais as participações pelo fato de unificar a discussão, além da possibilidade de exibir um contexto social maior.
Nova funcionalidade para a integração de vídeos do Facebook
O que significa: já disponível, esta funcionalidade permite integrar vídeos do Facebook diretamente em qualquer página na internet. Diferente do “embed post” que já existia, o “embed video” estimula a visualização do vídeo.
Plugins sociais de partilha
O que significa: os botões de Like, Partilhar e Enviar foram reformulados. Agora, tanto no desktop como no mobile será possível usar estes itens para partilhar conteúdos. O botão “Enviar/Send” permitirá enviar notícias de modo privado para um ou mais amigos via Messenger. Será ótimo para quando não quiser partilhar algo com toda a gente. Partilhar uma corrida que tenha feito, inclusive mostrando o mapa do percurso, mantendo o visual ideal como parte da app do Messenger, faz parte do plano do Facebook para uma melhor experiência em partilhas.
Concorrência com Google na rentabilização de vídeos e espaços de anúncios
O que significa: O Facebook não quer mostrar anúncios (e ganhar dinheiro) só dentro da sua rede social. De facto, esse movimento já aconteceu com a chegada do “Facebook Audience Network“, uma espécie de “rede de display mobile” em que parceiros ganham dinheiro ao exibir anúncios nas suas aplicações mobile usando todo o poder de segmentação do Facebook.
Outro passo muito importante do Facebook foi a compra da LiveRail em julho de 2014, por cerca de 400 milhões de dólares. Esta era, originalmente, uma plataforma de anúncios para publishers de vídeos “apenas”. No evento foi anunciado que essa plataforma permitirá que também se exibam anúncios em display mobile. O Facebook vai permitir que publishers exibam anúncios em diferentes formatos com a LiveRail, inclusive também com uma opção de anúncio pré-vídeo, ao estilo YouTube.
Destacamos também o formato de “anúncio nativo”, que se mistura no conteúdo de forma natural e que gera sete vezes mais receita quando comparado a anúncios estáticos, segundo Deborah Liu, executiva do Facebook.
Concorrências com o Google?
A LiveRail certamente concorrerá com o Google, mais especificamente com a plataforma DoubleClick. Enquanto o Google possui informações a respeito da intenção de consumo baseadas nas pesquisas dos seus utilizadores, o Facebook possui informações muito precisas a respeito dos seus utilizadores, os seus perfis demográficos e interesses. E isso é exatamente o que muitos anunciantes procuram: uma segmentação precisa.
No seu discurso no F8, Deborah Liu afirmou ainda que a LiveRail oferecerá um melhor controlo, eficiência e maiores rendimentos em vídeos em todas plataformas e display em mobile. Além disso, permitirá uma melhor gestão das suas oportunidades de anúncio, incluindo anúncios vendidos diretamente aos anunciantes e fontes de media programática como DSP’s e Ad Networks, incluindo o “Facebook Audience Network“. Ainda será possível priorizar anunciantes, bloquear certas categorias se este for concorrente do anunciante, gerar relatórios em tempo real e obter sugestões para uma cobrança ideal pelo inventário. Ou seja, a ferramenta unirá diferentes plataformas e sistemas, com o diferencial do poder de segmentação, tudo numa única plataforma.
E este movimento do Facebook é em direção a dois dos segmentos que mais crescem: Vídeo e Mobile.
Compromisso em corrigir bugs
O que significa: o Facebook disse estar comprometido em resolver 90% dos bugs relatados em até 30 dias. Bugs que envolvam itens cruciais da plataforma como o login e o plugin social receberão uma previsão de quando o bug deve ser corrigido. Os bugs são naturais quando a evolução é rápida, mas é bom ver este compromisso por parte da empresa.
Facebook Analytics para aplicações
O que significa: Já lançado, oferecerá mais dados e informações para que empresas que possuem aplicações possam compreender melhor os seus utilizadores. Com análises incluindo multiplataformas, será possível ver métricas baseadas em objetivos, perfil dos utilizadores, entender melhor o funil de compra, fazer análise cohort e medir o Lifetime Value (LTV) dos anúncios de instalação de apps.
O futuro. Ou já será o presente?
O que significa: a imagem acima ilustra bem como o formato de conteúdo no Facebook tem evoluído. Zuckerberg escreveu no seu post: “Há cinco anos atrás, a maioria do conteúdo no Facebook era em texto. Agora é em fotos. Nos próximos cinco anos será em vídeo. Depois disso, será conteúdo imersivo como a realidade virtual.” Isso para ilustrar como a linha do tempo suportará vídeos a 360º, em que poderemos escolher para onde olhar fazendo-nos sentir como se realmente estivéssemos lá. Aliás, não foi por acaso que o Facebook comprou a Oculus Rift de realidade virtual por 2 bilhões de dólares a meio do ano passado. Certo?
Um pensamento sobre o Facebook
Não há como negar que o Facebook tem pensado estrategicamente a longo prazo para tornar as suas redes sociais cada vez mais úteis e necessárias às pessoas, basta ver tudo o que citei acima. A estratégia de migrar de uma única aplicação para cinco, com o Groups, WhatsApp, Facebook, Instagram e agora o Messenger, que terá diversas aplicações internas a complementar o seu uso, reforçam isso.
E ainda, não há como negar que a missão do Facebook de “fazer um mundo mais aberto e ligado” tem funcionado. Aliás, em relação a estar ligado, tem contribuído para que vários países tenham acesso à internet, incluindo testes com uma espécie de mega-drone para esta missão.
Estar atento a estas transformações é crucial num mundo que evolui a um ritmo altíssimo, e com ele todos nós.