Link&Grow: 10 Anos a transformar o Marketing Digital em Portugal
Tudo começou com uma paixão pelo digital e um salto no escuro. 10 Anos depois, a Link&Grow é muito mais do que uma agência — é um verdadeiro ecossistema de crescimento, inovação e partilha de conhecimento.
Nesta conversa, João Oliveira, fundador da primeira rede portuguesa de franchising de marketing digital, revela os bastidores de uma década marcada por visão, coragem e propósito. Uma história que não só inspira empreendedores, como mostra que é possível transformar uma ideia simples num negócio escalável e com impacto real.
A Link&Grow acaba de completar 10 anos. Quais os momentos mais marcantes da sua história?
A ideia de criar a Link&Grow foi um passo no escuro. Apesar de eu já gostar do digital, não tinha muito conhecimento na área. Então tive que me envolver bastante e perceber de que forma conseguiria ajudar empresas através do marketing.
Numa fase inicial, prestei serviços de consultoria, aliando a minha experiência em gestão de empresas ao conhecimento que estava a adquirir sobre marketing digital. Assim, sentia-me capacitado para analisar o ponto de situação das empresas e estruturar um caminho para as ajudar a ter melhores resultados no digital.
Em 2014, descobri o Inbound Marketing num projeto de uma startup que adquiri na altura. Apaixonei-me, porque o Inbound Marketing é focado numa metodologia processual que ajuda as empresas, através de uma determinada sequência de passos, a alcançar resultados.
Essa estratégia vinha dos Estados Unidos e do Brasil, mas em Portugal não tinha muita expressão. Portanto, decidi que seria por aí que eu iria começar a desenhar toda a parte dos serviços.
Formalmente, a Link&Grow arrancou com os dois primeiros clientes no dia 2 de janeiro de 2015. Esses clientes eram pessoas que eu já conhecia e que apostaram em mim enquanto consultor de marketing digital.
Nesse mesmo ano, instalei-me no primeiro escritório e contratei a primeira colaboradora, a Sónia Coelho. Tinha acabado de se licenciar e estava a fazer mestrado em Inbound Marketing, portanto tinha tudo a ver com aquilo que eu pretendia. Ajudou-me muito a moldar aquilo que a Link&Grow é hoje e continua a ajudar, porque mantém-se na nossa equipa.
Com a entrada da Sónia, percebi que a consultoria não poderia ser o único caminho para a Link&Grow. Então, em 2016, percebi que teríamos de ter serviços mais voltados para o outsourcing e fiz a segunda contratação, da Sara Santos, que ainda hoje está connosco. Aqui, passámos efetivamente da consultoria à produção de conteúdos.
Nesta altura, mudámos de escritório, começámos a implementar processos de trabalho e métodos de organização, contratámos uma pessoa para a área de web design e recrutámos freelancers para apoio ao copywriting.
Foi nesta fase que a Link&Grow começou a ganhar uma nova estrutura, a angariar mais clientes, a construir equipa… tornámo-nos também parceiros Google e Meta e fomo-nos especializando cada vez mais.
Em 2019, comecei a pensar na ideia de criar uma rede de franchising. Tinha ligação com pessoas que tinham negócios neste registo e discutíamos muito estes assuntos. Mas parecia-me uma ideia muito precoce: ainda estávamos a crescer e a estruturar processos no negócio.
Depois chegou a pandemia e vivemos anos de incerteza relativamente ao futuro. Felizmente, a equipa manteve-se forte, o mercado estabilizou e os anos que se seguiram acabaram por correr muito bem. E a ideia de criar uma rede de franchising ganhou força.
Este passo só avançou em 2023, com o conhecimento de um parceiro que me ajudou a avaliar a viabilidade e a estruturar o negócio. Quando apresentei a ideia à equipa, a adesão foi espetacular. Toda a equipa se mostrou muito alinhada, muito interessada, com vontade de ajudar.
Em praticamente quatro meses, preparámos toda a estrutura do franchising para arrancar em janeiro de 2024. Foi um enorme passo que nos trouxe uma nova ambição e satisfação. Espero que os próximos 10 anos sejam ainda melhores.
A trajetória da Link&Grow foi marcada por altos e baixos ou diria que seguiu um crescimento linear e consistente?
Bem, posso dizer que a Link&Grow nunca teve momentos baixos (obviamente, isto depende do que encaramos como um momento baixo). Sempre foi crescendo de forma consolidada ao longo do tempo.
É evidente que o caminho faz-se caminhando. Eu nunca quis cometer na Link&Grow o erro que vi noutros negócios: não vale a pena crescer rápido se não tivermos estrutura que suporte esse crescimento, se não tivermos conhecimento ou uma equipa com vontade e maturidade suficientes para ajudar neste caminho.
A minha família teve empresas que cresceram rápido, o que, por falta de maturidade, originou problemas graves de gestão. Por isso, na Link&Grow, tentei sempre dar passos acertados e crescer de forma pensada.
Naturalmente, ao longo de 10 anos, também errámos. Surgiram algumas ideias que não se revelaram boas, mas não puseram em causa a consistência e o crescimento da empresa. Para isso, contribuiu muito o facto de termos processos e metodologias de trabalho implementadas.
Nos negócios 100% digitais, a pandemia abriu espaço para novas formas de trabalho, como o regime híbrido ou remoto. Quais são os principais desafios e oportunidades?
Até à pandemia, nós tínhamos alguma resistência a trabalhar de forma remota. Recusámos até o recrutamento de colaboradores que, devido à distância, apenas aceitavam trabalhar num regime híbrido. A pandemia trouxe-nos abertura e mostrou-nos que, com ferramentas de auxílio, é possível fazer trabalho híbrido ou remoto.
Esta flexibilidade foi muito importante, porque permitiu dar maior qualidade de vida a toda a equipa e isso reflete-se na produtividade e na forma como ela se envolve com a empresa. Eu próprio ganhei uma qualidade de vida que não conhecia. Como saía de casa às 8h e chegava às 20h30, praticamente não tinha tempo para estar com os meus filhos. Hoje, tenho tempo para os acompanhar porque não perco 3 horas diárias em deslocações.
Esta é uma das enormes mais-valias dos negócios digitais. No entanto, considero extremamente importante manter uma comunicação próxima, não só com os colaboradores, mas também com os clientes. É isto que permite a criação de laços e de relações interpessoais. Por isso, continuamos a valorizar momentos de união, sejam reuniões presenciais com clientes e colegas ou momentos de convívio entre equipas.
Como é que se alimenta esta cultura empresarial ao longo dos anos, para reter talentos e crescer de forma sólida?
No passado, eu geri equipas comerciais e estive envolvido em negócios com uma rotatividade enorme de colaboradores. Sentia que isso comprometia muito a produtividade, a maturidade e o crescimento dos negócios.
Hoje, o cenário que conheço é muito diferente. Tenho muito orgulho em dizer que, na Link&Grow, temos uma grande taxa de retenção de talentos e uma baixa rotatividade de colaboradores. A maioria das pessoas que integrou a equipa há oito, nove, dez anos continua ao meu lado.
Para que isto se consiga, é fundamental desenvolver com a equipa relações saudáveis e de confiança. Um empresário não pode preocupar-se apenas consigo próprio, porque as empresas são feitas de pessoas… e, sem essas pessoas, as empresas não são nada.
Dentro da capacidade dos negócios, é fundamental apoiar os colaboradores quando eles precisam, ouvi-los, entender as suas necessidades e aspirações e ir ao seu encontro, na medida do possível.
Neste momento, a Link&Grow está no caminho de atingir maiores níveis de produtividade financeira e faturação para proporcionar também melhores condições a toda a equipa. Esse é um dos meus focos.
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O mercado do marketing digital está em constante evolução. Como tem sido a adaptação a novas tendências e tecnologias?
É fundamental conseguirmos ter equipas que procuram evolução, formação e autoconhecimento para melhorarem o seu trabalho diário.
Na Link&Grow, estamos atentos à evolução tecnológica e procuramos acompanhar as inovações no campo da Inteligência Artificial. Nas múltiplas ferramentas que existem neste campo, temos encontrado formas de sermos mais produtivos e de entregarmos um melhor serviço aos nossos clientes. Em todas as equipas, temos apostado em formação e testado novos métodos de trabalho, que estamos também a transmitir a todos os parceiros da rede.
Nestes 10 anos, quais foram os fatores-chave que permitiram à Link&Grow crescer e tornar-se uma referência no marketing digital?
Em primeiro lugar, o facto de termos construído uma equipa muito profissional, com muita vontade e brio de entregar ao cliente final um trabalho meritório.
Depois, diria que tem um enorme peso a forma como nos posicionamos junto dos nossos clientes: encaramo-nos com um verdadeiro parceiro. Nós queremos efetivamente ajudar os nossos clientes, portanto tempos uma atitude muito proativa. Ao invés de esperar que nos enviem conteúdos e validem o nosso trabalho, corremos atrás da informação. Alertamo-los quando consideramos que não estão a ter o raciocínio correto, procuramos ajudá-los a tomar as melhores decisões ao nível do marketing digital e nunca os enganamos. Pelo contrário, primamos por prestar o melhor serviço possível. Esta integridade, esta forma de estar nos negócios, tem sido um dos nossos valores primordiais.
Como resultado disto, temos uma ótima taxa de referenciação de clientes, o que significa que estão satisfeitos. Temos clientes que estão connosco há oito ou nove anos, praticamente desde que iniciámos funções. E isso é sinónimo de consideração, de respeito, de confiança no nosso trabalho – que naturalmente foi evoluindo e foi-se moldando ao longo dos anos.
Este cenário só é possível, também, graças à execução de toda a equipa, que está perfeitamente alinhada com o nosso propósito e que consegue transparecer ao cliente esta visão e esta cultura.
Há espaço para novos negócios na área do marketing digital ou o mercado está saturado?
Não tenho dúvidas de que há muito espaço a conquistar ao nível do marketing digital. Apesar de a pandemia ter consciencializado os empresários da necessidade de apostar no digital, ainda há um longo caminho a percorrer.
As empresas necessitam de um apoio sério, necessitam de um parceiro que realmente os ajude a crescer e a escalar os negócios. E esse apoio não pode ser dado por empresas sem fortes conhecimentos e competências. Por isso, há um espaço enorme de conquista no mercado – não só o mercado português, mas mundial.
Tenho a plena convicção de que o marketing digital assume um papel cada vez mais preponderante no crescimento das empresas, mas ainda estamos a dar os primeiros passos. O mercado digital tem muito, muito, muito potencial. Assim, sugiro que todos aqueles que ponderam investir nesta área não hesitem, não tenham medo. Juntem-se à rede Link&Grow e abram uma agência de marketing digital, porque este é um mercado muito próspero.
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